Qualquer negócio antes de arrancar necessita de financiamento. Numa primeira fase o empreendedor deverá perceber qual será a parte de capitais próprios que irá investir no seu novo projeto. Apesar de existirem diversas fontes de financiamento alheias, quanto maior for a entrada de capitais próprios, maior será a probabilidade de conseguir capital alheio. Existem várias formas de financiar, quer o investimento que vai ter de realizar para o arranque da empresa, quer para a atividade empresarial no dia-a-dia.
Genericamente
existem duas fontes de financiamento, financiamento interno e financiamento
externo. No externo há a realçar o financiamento através de capitais alheios
(créditos de fornecedores, empréstimos bancários, linhas de crédito, leasing e factoring),
e através de capitais próprios (aumento de capital, business angels,
capital de risco, e recurso ao mercado de capitais). Entre as internas
destaca-se o autofinanciamento através da retenção dos lucros obtidos, da
gestão mais eficiente dos ativos (fixos e circulantes) ou do controle de custos
mais apertado.
Linhas Protocoladas
As
linhas de crédito protocoladas, permitem o acesso ao financiamento em condições
mais vantajosas para as empresas, encontrando-se disponíveis em várias regiões
do País.
Linhas Próprias dos Bancos
As linhas de crédito bancário têm 3 objetivos principais: apoiar
o investimento e a capitalização das empresas (linhas de médio/longo prazo),
apoiar as necessidades de fundo de maneio (linhas de curto prazo para apoio à
tesouraria) e substituir os seus clientes no cumprimento de determinadas
obrigações (linhas para garantias em avales bancários).
Capital de Risco
O capital de risco é uma forma de capitalizar as empresas
através da entrada no seu capital social, disponibilizando know-how técnico e
de gestão que lhes permita alavancar o crescimento de forma sustentada e
otimizar o seu posicionamento estratégico. É também uma das principais fontes
de financiamento para startups em investimentos de risco com
elevado potencial de rentabilização. O capital de risco destaca-se pela análise
detalhada dos projetos apresentados, do seu potencial de crescimento e da
relação com o risco. Uma vez feita essa análise e aprovado o investimento, o
capital de risco assume um interesse direto na sua valorização e crescimento.
Comparada com outras formas de financiamento, o capital de risco é a única que
assume o sucesso do negócio como o sucesso do seu próprio investimento.
Business Angels
Os business angels, são investidores individuais que
realizam investimentos de forma profissional, diretamente ou através de
sociedades veiculo, no capital de pequenas e médias empresas com elevado
potencial de valorização. Além do investimento monetário, aportam também aos
projetos empresariais, conhecimentos técnicos ou de gestão, bem como redes de
contactos.
Basicamente os business angels cedem capital a
empresas emergentes, com determinado grau de inovação, cuja dimensão é ainda
pequena para atraírem capital de risco. Por outro lado, tendem assumir um papel
de grande colaboração com o empresário, contribuindo com a sua experiencia.
Os business angels possuem
uma série de características em comum, como sejam a realização de investimentos
que normalmente variam entre €25mil e €500mil, gostam de exercer a sua
capacidade mentoring dos
projetos, procuram não só um elevado retorno nos projetos em que investem, mas
também novos desafios de preferência no seu país ou região.
Crowdfunding
O crowdfunding corresponde
a uma forma de financiamento de entidades, ou das suas atividades e projetos,
que permite pelo seu registo em plataformas eletrónicas acessíveis através da
internet, angariar parcelas de investimento provenientes de um ou vários
investidores individuais.
As
4 modalidades do crowdfunding são:
1. O
financiamento colaborativo através de um donativo, pelo qual a entidade
financiada recebe um donativo, com ou sem a entrega de uma contrapartida não
pecuniária;
2. O
financiamento colaborativo com recompensa, pelo qual a entidade financiada fica
obrigada à prestação do produto/serviço financiado, em contrapartida pelo
financiamento obtido;
3. O
financiamento colaborativo de capital, pelo qual a entidade financiada remunera
o financiamento obtido através de uma participação no respetivo capital social,
distribuição de dividendos ou partilha de lucros;
4. O
financiamento colaborativo por empréstimo, através do qual a entidade
financiada remunera o financiamento obtido através do pagamento de juros
fixados no momento da angariação.
Nuno Militão
Consultor/Formador Gestão
Técnico Apoio Local Microcrédito
Técnico do IEFP de Apoio ao Empreendedorismo
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