O desenvolvimento do Merchandising surgiu como uma consequência direta do aparecimento dos métodos de venda em livre-serviço e da multiplicação do número de produtos no mercado, com efeito dado que o número de artigos numa loja pode atingir os milhares de referências, e na ausência de uma intervenção direta de um vendedor/concelheiro/orientador, na relação entre o consumidor e produtos são estes que, através da sua disposição no estabelecimento, devem de ser capazes de chamar a atenção dos potenciais clientes e de suscitar o seu desejo de compra.
O merchandising é uma das mais importantes ferramentas de
que o marketing se serve. Rousseau (2001) salienta a definição do Instituto
Francês de Merchandising que o define como “o conjunto de estudos e técnicas
aplicadas e postas em prática, separada ou conjuntamente, por distribuidores e
fabricantes, com o fim de incrementar a rentabilidade do ponto de venda e a
circulação dos produtos através da adaptação permanente do sortido às
necessidades do mercado e através de uma apresentação apropriada dos produtos”.
Blessa (2001)
define merchandising como o conjunto de técnicas responsáveis
pela informação e apresentação destacada dos produtos na loja, de maneira tal
que acelere sua rotatividade. É uma das principais ferramentas de
marketing e de retalho por provocar ao consumidor a necessidade da compra.
O merchandising possui diversas ferramentas, recursos,
equipamentos e técnicas para expôr o produto, destacá-lo e gerar o
impulso de compra no PDV. Estas estão muitas vezes interligadas tornando-se
mais eficazes em conjunto do que isoladamente. Para uma compreensão mais clara
separam-se aqui os materiais de merchandising das técnicas
de merchandising.
Alguns dos mais
conhecidos materiais são: gôndolas, expositores ou displays,
totens, adesivos de chão, insufláveis, banners, tiras de cross,
ilhas, sancas, stoppers, cartazes, cavaletes, etiquetas de
preço, iluminação, mobiles, vitrines.
O merchandising deve ser
feito em função dos gostos, necessidades e desejos do cliente e das estruturas
do mercado. Por isso nada deve ser posto em prática sem que antes se faça uma
análise a estas produtos, deve-se garantir que o cliente percorra
toda a loja com o objectivo de aumentar a probabilidade de compras
por impulso, daí a importância de um layout bem planeado.
Necessidades e
Motivações do Consumidor
Em cada visita à loja o cliente visualiza um conjunto de situações que influenciam o seu comportamento no interior, apreciando entre outros aspectos:
·
Eficiência no movimento de registos, nas
caixas;
·
Serviços de atendimento eficazes,
nomeadamente ao balcão;
·
Resposta eficaz, pela existência dos
produtos de maior necessidade;
·
Tempo de abertura dilatado;
·
Alguma especialização relevância de
produtos preparados/congelados e frescos.
Comportamento do consumidor no ponto de venda
Sente o desejo de alcançar rapidamente o produto procurado, o que implica a sinalização adequada das secções, de encontrar novidades, promoções e, acima de tudo, de sentir a utilidade do que está a comprar.
O encontro imediato dos produtos
premeditados é importante; desta forma o cliente deixa de ter noção do tempo
gasto e passa à noção de tempo útil, não valoriza o preço, mas sim a
necessidade.
Ao entrar, o cliente circulará pelo lado
em que encontrar melhor acesso, ou, alternativamente, pelo lado que despertar
primeiro a sua atenção.
Começa, então, a caminhar a uma velocidade
média de 1 a 1,20 metros por segundo, entre gôndolas e por espaços abertos.
Neste preciso momento, o cliente estará a
receber 250 a 300 estímulos por segundo, aos quais se associarão as suas
necessidades e correspondentes motivações.
As paragens são directamente proporcionais
ao nível de influência que o espaço está a exercer sobre o cliente, tal como o
número de produtos colocados no carro é directamente proporcional à
interligação dos produtos expostos com a necessidade despertada.
Tipos de Compras
COMPRAS PREMEDITADAS
O O cliente leva uma lista daquilo que realmente necessita.
COMPRA IMPULSIVA RECORDADA
O cliente vê o produto e lembra-se de uma
necessidade específica, gerando-lhe a motivação de compra imediata.
COMPRA IMPULSIVA PLANIFICADA
Existe a necessidade do produto, no
entanto, a decisão está dependente do tipo de oferta efectuada no momento da
aproximação do cliente, bem como da existência ou não de promoções especiais ou
outros tipos de iniciativas, que dêem uma percepção de preço mais baixo.
COMPRA IMPULSIVA SUGERIDA
O cliente vê o produto pela primeira vez e
decide comprá-lo, sobretudo se visualiza a sua utilidade e rendibilidade.
COMPRA IMPULSIVA PURA
Trata-se de uma compra totalmente
imprevista, tanto ao nível do produto, como da marca e da qualidade.
A boa aplicação das
técnicas de merchandising implica não só o perfeito
conhecimento do ponto de venda como também do consumidor. Segundo Toaldo (2010)
deve ser tido em consideração que os consumidores são todos diferentes uns dos
outros, uns mais passivos outros mais activos, com objectivos e desejos muito
diferentes.
Existem clientes que gostam de passear no
supermercado, outros não querem perder tempo, assim como alguns que procuram
variedade, outros apenas se interessam por promoções.
Estudos
recentes dizem-nos que 85% das decisões de compra são feitas
dentro do ponto de venda, assim sendo falar de merchandising é falar de
uma ferramenta poderosíssima do Marketing.
Nuno Militão Consultor/Formador Gestão |
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